O resultado do último pleito foi favorável ao grupo de Agnelo Queiroz (PT), que, além de faturar o GDF, formou as maiores bancadas das casas legislativas. Agora, as novas correlações passam pela distribuição de cargos da estrutura administrativa e pela formação dos blocos para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Nesses dois pontos, o Partido dos Trabalhadores saiu na frente. Além do Palácio do Buriti, os petistas deverão comandar a nova sede da Câmara, com o distrital Cabo Patrício (PT).
Para evitar possíveis rachas, eles prometem buscar um consenso entre os colegas. A base aliada elegeu 15 distritais, mas esse número pode ser modificado para mais ou para menos, a depender das circunstâncias. Para o começo de ano, alguns governistas apostam que terão o apoio de 23 dos 24 parlamentares. O único nome de fora seria o da deputada eleita Liliane Roriz (PRTB). Após a derrota dos pais, Joaquim e Weslian Roriz (ambos do PSC), na disputa majoritária, ela disse que seria a líder da oposição. Na carta enviada por Weslian após o resultado, foi prometida a formação de um grupo de enfrentamento implacável, comandado pelo ex-governador. O Correio procurou os membros da família, mas Liliane e Jaqueline estavam viajando e Roriz estava na fazenda, todos incomunicáveis.
O que falta aos Roriz é conversar com os demais parlamentares e convencê-los a seguirem juntos. Liliane tem ficado de fora das formações dos blocos na CLDF. O tamanho dos blocos influencia a distribuição das vagas da Mesa Diretora e das comissões da Casa. A opção mais viável para ela é se aliar a Washington Mesquita (PSDB), Celina Leão (PSC) e Olair Francisco (PTdoB), que fizeram parte da coligação rorizista e, agora, formam uma ala “independente”. “Ela (Liliane) não nos procurou para nenhum diálogo e tem se mantido isolada”, disse Mesquita. O maior problema para abrir as conversas está no desgaste da família com antigos aliados.
Candidatos derrotados e eleitos no último processo eleitoral se queixam do esforço que tiveram de fazer para eleger Liliane em detrimento das próprias campanhas, isso sem o devido retorno do ex-governador. Alguns se afastaram da família ainda durante as eleições. Além disso, eles se preocupam em se desvincular da imagem do rorizismo, a fim de não herdarem a rejeição do líder político. Aliás, afastar-se do passado a fim de construir uma nova história é uma preocupação do Democratas.
O deputado federal Alberto Fraga (DEM) perdeu a disputa ao Senado Federal, mas quer se tornar o principal nome da oposição, de olho em 2014. Para tanto, acredita que a legenda tem de se livrar das críticas recebidas depois da Operação Caixa de Pandora. Para ajudar nesse processo, ele se coloca na briga pela presidência regional da sigla. “Vou tirar o partido dessa vala. Esse estigma de Mensalão do DEM tem de acabar. O governador (José Roberto Arruda) saiu do partido e o vínculo acabou”, diz.
Segundo Fraga, uma bancada governista muito grande é ruim para a democracia, e os parlamentares do partido têm de se colocar do lado contrário. “Esse pensamento de independência não existe. Quem não quiser seguir a linha do partido tem de procurar o seu caminho.” Por sua vez, a distrital Eliana Pedrosa (DEM) prefere não criar rótulos. “Precisamos ter cautela. Ser contra um novo governo que diz que vai acertar o passo é ser irresponsável . Todo mundo tem de torcer para dar certo”, afirma. A deputada aguarda o retorno de Raad Massouh (DEM) para discutir a formação dos blocos. “Estamos atrasados nas negociações, mas ainda falta muito tempo para o dia ‘D’ (1º de janeiro).” Raad se recupera de um acidente vascular cerebral (AVC) e retorna de licença médica na terça-feira.
Para definir o rumo da oposição no próximo ano, o presidente do DEM, Adelmir Santana, promoverá uma reunião em 8 de dezembro com membros da legenda e de outros partidos. O objetivo é discutir como se comportarão os parlamentares que não fazem parte do governo. “Não existe mais ou menos. Ou é oposição ou não é. Nosso papel não é facilitar ou dificultar as coisas, é fiscalizar e cobrar”, afirma Celina Leão. Segundo a distrital eleita, não há proximidade entre o bloco oposicionista e o governo. “Existe um esforço para um entendimento, mas precisamos lembrar que quase 500 mil eleitores não votaram nos candidatos do segundo turno e que precisam ser representados.”
Com informações do correioweb.
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