11 de abr. de 2012

Mais uma baixa no governo Agnelo

O chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), pediu afastamento do cargo na noite de ontem (10). Citado na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, Claúdio
Monteiro disse que tomou a decisão para "não expor" o governo do DF e informou que abriu seus sigilos bancário, fiscal e telefônico para que se apurem as verdades dos fatos. Monteiro afirmou ainda que caberá ao governador definir se será apenas um afastamento temporário ou uma exoneração do cargo. "Farei o que for melhor para o governo. Quero sair para me defender também." Ele disse também que vai se afastar do comando da secretaria-executiva do governo do DF que cuida da Copa do Mundo em Brasília. A decisão foi tomada depois de o Jornal Nacional revelar gravações da Operação Monte Carlo, que desmontou um esquema de jogos ilegais
comandado, segundo a polícia, pelo empresário Carlinhos Cachoeira, em que duas pessoas discutem um suposto pagamento de propina a Cláudio Monteiro relacionado a contratos do governo do DF.
Com informações do Jbr.

9 de abr. de 2012

Cachoeira negociou licitação milionária no Distrito Federal

Grampos da Polícia Federal indicam que um integrante do governo Agnelo Queiroz (PT) participou de uma operação para direcionar um contrato milionário, que vai girar até R$ 60 milhões por mês ao grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal. Diálogos interceptados na Operação Monte Carlo evidenciam que Milton Martins de Lima Junior, diretor financeiro e administrativo do DFTrans, órgão que gerencia o transporte público do governo do Distrito Federal, negociou com os contraventores para que a organização obtivesse a concessão para a bilhetagem eletrônica dos ônibus. A PF suspeita de eventual pagamento de propina. O diretor nega.As conversas, gravadas em junho de 2011, mostram Carlinhos Cachoeira orientando um de seus principais aliados, Gleyb Ferreira da Cruz, a negociar o contrato com o governo do DF.O objetivo do contraventor era firmar uma sociedade com a Delta Construções, empresa suspeita de participação no esquema, para explorar o serviço. Dias antes, o governo do DF havia assumido a bilhetagem eletrônica, antes a cargo dos empresários do setor, e buscava um novo parceiro privado para operá-la. Ao ouvir do parceiro que o negócio pode render, conforme estimativa, o equivalente a R$ 60 milhões por mês, Cachoeira se anima e avisa que acionará outro emissário para negociar com o diretor do DFTrans: "Pois é, porra! Tem que fazer contratar direto a Delta... tem que por o Cláudio amanhã com o Milton, entendeu?" Em duas situações, o chefe do esquema pergunta a Gleyb quem é Milton, ouvindo que se trata do diretor que foi nomeado para organizar o DFTrans e detalhes de sua vida pregressa, como a atuação na Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). "Pois é, agora nós temos que pegar o negócio, então, nós temos que fazer o edital, uai", anima-se Cachoeira na conversa gravada. Ao ouvir que o governo do DF tinha urgência no serviço, ele sugere que o contrato seja feito sem licitação, em caráter emergencial. Em conversa gravada no dia 14 de junho, Gleyb diz ao chefe, por volta das 19h30, que está aguardando Milton para um jantar. "Tem que chamar o cara, porque esse cara tem que tá junto... Fala assim, ó, não, a Delta tem interesse...", comenta Cachoeira. "A gente puxa o negócio lá e a Delta é que faz o serviço", responde Gleyb. Por volta das 22h45, após o horário do encontro, o contraventor ouve de seu emissário o que seria o resultado da negociação: "O Milton, ele topa, num tem problema, não, agora tem que ver... a porcentagem que eu falei com ele... que eu falei pra gente fazer gestão cinquenta cinquenta e a gente usaria a nossa empresa usando a tecnologia da EB no negócio".


Esquema

No dia seguinte, por volta do meio-dia, Carlinhos Cachoeira pede a Cláudio (que não é identificado) que converse com o diretor da DFTrans e diz que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, avaliará se entra no negócio, que poderá ser firmado sem licitação. "Nós temos que pegar pra tocar e contratar, porque eles estão apaixonados no sistema dos coreanos. A gente contrata o sistema e faz o negócio do DFTrans. Rapaz, é um negócio de sessenta pau por mês, e dá pra aumentar trinta por cento, quer dizer, se a gente pegar um porcentual do aumento na licitação", explica. O DFTrans ainda não definiu qual será a nova parceira para a bilhetagem. Segundo a empresa, a contratação ainda deve ser feita, possivelmente no mês que vem e em caráter emergencial, após a licitação para a escolha das novas concessionárias do transporte público, recém-lançada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

3 de abr. de 2012

Em carta, Demóstenes Torres pede desfiliação do partido Democratas

O senador Demóstenes Torres pediu, nesta terça-feira (3/4) a sua desfiliação partidária do Democratas (DEM). Foi o assessor dele que entregou a carta à liderança do partido. A decisão foi tomada após o partido anunciar a abertura de um processo disciplinar para apurar o envolvimento do parlamentar com Carlinhos Cachoeira. O empresário foi preso pela Polícia Federal sob a acusação de comandar um esquema de jogo do bicho em Goiás. O processo disciplinar que resultaria na expulsão de Demóstenes agora não tem mais sentido.
Ontem, o DEM tinha decidido iniciar o processo de expulsão do senador, medida que ocorreu um mês depois de estourarem as primeiras denúncias sobre o envolvimento do parlamentar com Cachoeira. A cúpula do partido reconheceu que o processo era inevitável. “Dificilmente não será tomada essa decisão (expulsão)”, disse ontem o presidente do DEM e líder da sigla no Senado, José Agripino Maia (RN). “Deu-se todo esse espaço de tempo e ele não apresentou nenhuma defesa convincente, ele não subiu na tribuna do Senado, não se pronunciou”, ponderou.